segunda-feira, 30 de março de 2009

São - paulino de verdade

Escrevi esse texto originalmente após a nossa eliminação na Taça Libertadores do ano passado. O encontrei perdido em uma de minhas gavetas, há alguns dias.
Não posto estas palavras com o intuito de "me fazer" maior ou melhor que outros torcedores, mas sim para contar o início desse louco amor por esse São Paulo Futebol Clube.





Me tornei torcedor do São Paulo Futebol Clube no dia 16 de dezembro de 1990. Era domingo, era o dia em que o Tricolor comemorava o seu 55º aniversário.
Seria uma data propícia para se escolher as cores do time que levaria pro resto da vida em meu coração. Seria, porque neste 16 de dezembro de 1990, o São Paulo perdeu a final do campeonato brasileiro para o maior rival.
Contrariando a lógica (pois qualquer garoto de cinco anos escolheria torcer para o time campeão) me apaixonei pelo São Paulo.
Em 1991 essa paixão se consolidou com os títulos Paulista e Brasileiro, e se transformou num amor fanático nos anos seguintes, com as conquistas de mais um Paulista, Recopas, Supercopa, Conmebol, Libertadores e Mundias.
Acostumei- me a ver vencedor o time das três cores que me encantou perdendo.
Após esse glorioso período, perdi as contas de quantas vezes sofri e chorei com os nossos fracassos. Dentre eles, os que mais me marcaram foram as derrotas para o Vélez Sarsfield em 1994 e para o Cruzeiro na trágica final da Copa do Brasil de 2000. Mas em momento algum o abandonei, aprendi que as derrotas, por mais que façam sangrar nosso coração, nos ensinam e nos fazem mais fortes.
O tempo passou, as lágrimas que rolaram pelo meu rosto secaram, as feridas que foram abertas em meu peito cicatrizaram e o São Paulo Futebol Clube voltou a ser o temido e respeitado São Paulo Futebol Clube. O Brasil, a América e o planeta voltaram a se curvar diante do maior do mundo.
Uma derrota, uma eliminação, a perda de um título importante ou mesmo um longo período sem grandes conquistas não abalaram e nunca vão abalar minha paixão incondícional pelo São Paulo FC. Jamais o abandonarei ou deixarei de cantar o quanto o amo, pois é isso que me torna um são- paulino de verdade.

quinta-feira, 26 de março de 2009

A saga de um homem chamado São Paulo

Meu nome é São Paulo Futebol Clube. Trabalho num ramo muito concorrido, mas dizem que sou o melhor do país, um dos melhores da América e consequentemente um dos melhores do mundo. Mas eu tenho uns concorrentes muito estranhos.

Não dá muito pra entender esses caras. Eu tenho uma casa linda. Fica na divisa de um bairro nobre com dois outros bairros. Se você olhar no mapa, vai ver que minha casa fica no bairro nobre. Mas os meus concorrentes, insistem em dizer que minha casa fica nos outros bairros, como se isso fosse tornar minha casa menos imponente. Minha casa é a mais linda do Brasil! Não interessa onde fica. É moderna, bonita, aconchegante e a cada dia invisto mais nela. Dizem que isso desperta a inveja dos outros...Aliás, inveja é uma palavra que tem vários sentidos nessa relação estranha com meus concorrentes.

 Cada um manifesta de um jeito interessante. Um deles diz que tenho inveja deles. Mas, porque vou ter inveja deles, se sou muito maior? A única justificativa que ele usa, é que tem mais clientes que eu. Mas e daí? O que conta mais, quantidade ou qualidade? Eu já fui escolhido melhor do mundo e da América três vezes, eles nenhuma. Uma vez venceram uma competição e se consagraram melhores do mundo. Mas contra outro brasileiro. Chega a ser hilário, né?

Outro dos meus concorrentes tem uma empresa ao lado da minha. Muro com muro sabe? Mas se fosse só um muro que nos separasse, seria bom... pra eles! Um Grand Canyon nos separa. Eles costumam tentar conquistar coisas por fax e email. É estranho isso. Quando eu quero algo, vou atrás, luto pra ser o melhor. Eles não. Mostram documentos, fotos e etc sobre coisas do passado, tentando se mostrar fortes. Acho isso meio patético. Ah, e uma coisa une esses meus dois concorrentes. Sempre que querem se destacar, contam com investimentos ilícitos. Todo mundo sabe que rola lavagem de dinheiro, corrupção, desvio de verbas e etc. Mas ninguém faz nada. Eles são fortes no governo. Sabe como é né?

O terceiro concorrente é o mais engraçado de todos. Ele já é velhinho, mas já foi o melhor do mundo. O problema, é que ele não sabe o significado da palavra "foi" e ainda se acha o melhor. Ele se mantém em cima de conquistas de quase 50 anos atrás. Hoje em dia, as empresas dele não estão lá bem das pernas. O máximo que ele faz agora, é ficar sentado na varanda de casa com uma cadeirinha de balanço, usando suas fraldas geriátricas e contando: "Um dia, fui o melhor do mundo! Tive o melhor funcionário de todos os tempos! Cof! Cof! Cof!" Enfim, o que esperar desse tipo de gente? Eu me preparei por muitos anos pra ser o melhor. Estudei, me estruturei, investi em qualificação profissional e pessoal. Passei muitos anos na pindaíba pra chegar ao topo. Mas meus concorrentes não pensam assim.

Eles querem chegar ao topo sem trabalho, sem sacrifício, usando dinheiro dos outros e usando os amigos que tem na mídia pra convencer as pessoas de que são melhores que eu. Mas eu to tranquilo. Contra fatos não há argumentos. E os fatos mostram: atualmente, sou o melhor da minha área. O pior cego é aquele que não quer ver. E quem não quer ver são eles. Paciência, né!?